Friday, July 06, 2012

"Bring Your Own Device" Trend

Ao que parece, em 2012, começa a ter força uma nova tendência no uso de tecnologias na educação (ver What Teachers Need to Know about BYOD (Bring Your Own Device) Trend in Education partilhado por @pgsimoes). 

"Bring Your Own Device" (BYOD), ou seja, algo que podemos traduzir por "cada um traz o seu próprio equipamento". O que isto quer dizer é cada aluno leva para a escola os equipamentos necessários (computador portátil, tablet ou smartphone). Faz todo o sentido se assumirmos que os alunos já possuem estes equipamentos e portanto será natural que na escola não usem outros. Para as escolas a vantagem é económica. Menos dinheiro gasto em equipamentos, bastando assegurar a infraestrutura de comunicações e os espaços físicos que não serão mais do que a sala de aula normal.

Em Portugal, graças aos programas de incentivo dos últimos anos, muitos dos alunos do secundário (e mesmo do básico) já têm os seus portáteis (que muitas vezes duram após a entrada no ensino superior). O portátil é cada vez mais uma ferramenta que as famílias já consideram como fazendo parte do material escolar dos alunos. Mais difícil será o acesso a smartphones e, sobretudo, aos tablets. Com estes dois últimos, é possível criar experiências pedagógicas muito interessantes mas é necessário que todos os alunos os possuam. Ainda não é essa, para já, a realidade.


A generalização do BYOD terá vantagens para todas as partes envolvidas (escolas, alunos e famílias). A tendência segue a linha da visão da geração atual de alunos como sendo constituída por nativos digitais. Se estes já possuem e usam a tecnologia desde sempre (se calhar antes de começarem a andar), faz todo o sentido que a usem na escola. Trata-de de algo que já faz naturalmente parte da vida como sempre a conheceram. Proibir o uso de telemóveis na escola ou barrar o acesso a redes sociais cada vez mais deixa de fazer sentido.

Mas esta é a visão mais romântica e otimista do BYOD. Apesar das vantagens, a tecnologia é uma fonte de distração. Usar os mesmos equipamentos e tecnologias na escola e para o lazer torna mais difícil aos alunos distinguirem quando as devem usar para um fim ou para outro. Tudo bem se as usarem fora da escola para continuarem as suas tarefas académicas mas mais complicado quando na escola as usam para jogar ou para atualizar o Facebook com conteúdos que não tenham a ver com escola. Também há o argumento oposto: fora da escola também as usam para fins académicos.

Este será provavelmente o grande desafio para a aplicação do BYOD: encontrar o equilíbrio certo no uso das mesmas tecnologias para aprender e para socializar e lazer. O "quando" e "como" usar as tecnologias será a chave deste desafio.

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